Vós que aí vindes e não o sabeis,
Que trocais vidas por débeis almas
Energúmeno sortilégio que não morreis,
Rio Dantesco de águas profundas e calmas
Eterna existência no esquecimento, dores impossíveis,
Meu corpo que levareis ao Inferno em chamas.
Troco a minha precária existência
Por uma simples ideia de paz
Falo a esse Deus, alta eminência
Com poder de tudo o quanto não se faz.
Deixai em mim uma leve reminiscência,
Levai esta alma para onde todo o homem jaz.
Os poderes que não mostrais,
Que prometeis a todos quantos vivem,
A todos os Homens mortais.
Mostrai-o agora, para mais não rirem!
Jogai sobre nós as vossas hordas infernais,
Tirai-nos a luz para que todos ceguem.
Misturai mais ódio aos nossos pensamentos,
Trazei as trevas a este povo lerdo e ignóbil.
Vós! Omnipotente Deus dos Tormentos
Erguei a vossa magnânima mão, tão hábil,
Que nos faz sofrer todos os momentos,
Que nos faz selvagens, Homem terno e vil.
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma