Sou navegante, ainda não perdida
Tenho um rumo, e fiz-me à despedida
Em mar aberto, sei, não posso fugir
E, entre as ondas, deixo-me engolir
Entre as ondas, uma é a sensação
Sinto o medo, e dói-me o coração
Frágil é meu barco, e remo, afligida
Forte é a maré, são ondas da vida
Forte é a maré, e rara a devoção
Levem-me ondas, pois remo sem vida
Ondas da Vida, salguem-me o coração
Navego constrangida, e vejo o mar se abrir
Dói-me o coração, nu na despedida
E, entre as ondas, deixo-me engolir
DaiSantos