Incrível, isso de ser humano… Transformar o mais profundo em banalidade. Ignorar a dor alheia simplesmente por não se conseguir lidar com a própria dor. Ignorar o amor! Lutar por sucesso profissional, reconhecimento social, e tudo o mais que custe menos e tenha mais reconhecimento do que olhar para dentro de si mesmo. Ser humano… procurar liberdade… de tanto tentar ser livre, cair em crise. Crise moral, crise psicológica, crise emocional, crise relacional. Tudo em nome da tal liberdade. Ou deveria eu dizer libertinagem? Assume-se tudo aquilo que delimita a humanidade como opressor e simplista, sem conseguir ver que delimitar não é limitar… A única coisa que limita o ser humano é a sua incapacidade de dar, de se dar… Abrir-se, deixar o outro nos ver, nos sentir, sem medo do julgamento, sem medo da incompreensão… E assim se é humano, vítima e causador de feridas, solidão, desilusão…
“Certo homem, humilde homem do campo, há muitos anos atrás encontrou um filhote de cobra ferido. Tomou-o em suas mãos, levou-o para casa, tratou de suas feridas, chamou-o Cobrinha. Cobrinha cresceu, e seguia o homem onde quer que ele fosse. Dormia nos pés da cama do homem; tornaram-se amigos… Certo dia, o homem acorda e vê a cobra hirta, em posição de ataque, olhando-o fixamente. De repente, num assalto rápido e certeiro, a cobra o morde, instilando todo o seu veneno no corpo do homem. Agonizando, o homem pergunta: porque você me mordeu, Cobrinha? Com uma lágrima no olho, ela responde: faz parte da minha natureza…” (Autor desconhecido)
DaiSantos