Poemas : 

REVELAÇÃO 1

 
REVELAÇÃO 1
17/06/04 (03:00a.m/04:00a.m)
Minha alma revela
Meu olhar de má índole,
Vejo milhões de corpos rompendo-se,
E neles, o desejo e a repulsão ou morte.
Meu coração sangra o aviso final.
Minha alma psicogótica
Sangra à quatro pulsos do mundo.
Elabora-me um poema
Tão aveludado, quas' inda
Tão lírico de pena -
Vestido com arranjos
Em trajes de cena.
Clarezas de surdas
Palavras no poema.
Frases de curtas
Estações para bem
Ensinança para ser para viver
De vaga que agem.
Estou preso a ele! Porque me conhece bem.
Transpõe a solidão no seu corpo inerte e psicodélico.
E que nunca mais apaga o seu pesar,
Assim como resiste ao meu.
O Poema revela
O seu olhar de má índole -
Tão vingativo e amargo,
Sangrando a sete punhos do mundo.
Será a cúpula da eterna mágoa
As velas despidas pelo fogo,
Capaz de compartilhar desses impulsos?
Peço-lhe: torne-me livre dos ardis,
Dos dias cheios de escuridão
Habitados por sonhos a perigosos encantamentos
Verticais ao fogo, a luz e a água,
A minha fronte beijando-me,
E dentro da alma extinguem-se
Unidas às outras sombras.
E o sono! o respirar ofegante...
Os galhos deixando-se despedir pelo outono:
São minhas pálpebras...
O zéfiro soprando em minha face
A evocar o universo sombrio, que conheço e sinto
Como um relâmpago vago propagando na noite...
... a morte de um poeta ...
[Davys Rodrigues de Sousa]


Davys Sousa
(Caine)

 
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caine
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