Que leva uma sociedade, a tornar-se,
de tal maneira corrupta, que
afecto não consegue nutrir sequer,
pelo seu povo?
Países, como o Chile, vivem numa
estrema pobreza, sem casas condignas
nem ruas, tão pouco, o necessário
saneamento básico.
E as crianças brincam e rolam, no chão
imundo, quando não têm de estar a
procurar, sua própria sobrevivência,
em lixeiras anexas, aos seus quartos,
a meio a animais doentes.
Circulando livre a droga, depressa se
formam grupos criteriosos, de
adolescentes, encontrando na união,
a agressividade tão necessitada.
Agressividade nascida, na falta de
educação inexistente, pais ausentes
e viciados e políticos fantoches.
E nesta fraternidade, onde se recorre
ao assassinato, a quem ultrapassa,
linhas demarcadas, sem mostrar
submissão, nascem os protectores,
de aldeias e aldeões, votados ao silêncio.
São eles agora o seu próprio governo,
obedecendo a uma hierarquia, onde
ninguém é rejeitado, cumprindo leis
interiores, e, facultando necessidades,
a quem os procura.
E assim levam os dias, policiando seu
povo e protegendo seu mundo, entre
casas abandonadas, com um orgulho
e uma certeza, nas suas capacidades,
que só a droga e a revolta, estrema,
lhes traz, ao mais fundo de seus seres.
Carne para canhão, diria eu… tão jovens!
Jorge Humberto
07/01/09