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História de Camacupa e outras paragens da vida (7º Episódio)

 
Coisas de homem foram também as minhas brigas com a primeira bicicleta. O que ela sofreu. Azelhice e impaciência levaram-na tantas as vezes a beber o pó da estrada à frente da minha casa que lhe perdi a conta. Mas consegui. Devia ter uns 6 anos e uns quantos arranhões. Acho que era assim menino de estufa. Doente de vez em quando. Paludismo, amigadalites, … coisas de menino de estufa. Tive que levar umas injecções com uma agulha enorme – HIPOPEN – que nem sei se ainda existem. Doíam que sei lá o quê! Mas foram remédio santo. Uma vez até fiz uma alergia ao peixe. Fiquei com os lábios pareciam um trambolho. Estranho. O que é verdade é que ficou uma certa aversão a injecções e agulhas. Ainda hoje tenho que me convencer a levar injecções dois ou três dias antes. Coisa de super-homem foi também a minha escalada ao banco da cozinha sem retorno seguro e da qual resultou uma clavícula partida ou as tentativas de fazer gincana no triciclo do Chico. Umas zangas e uma pedrada deram uma brecha na cabeça, mas sem pontos. Eu era grande e ele pequeno e eu é que tinha que mandar. Repetia tudo outra vez. Não repetia era aqueles cortes de cabelo onde a minha mãe me levava. Um corte máquina zero ou 0,5, no máximo pente 1 que me deixavam as orelhas fora do esconderijo do cabelo. Já não eram pequenas mas quando cortava o cabelo parece que cresciam. Já me habituei à ideia. Deve ter sido antes de cortar o cabelo que tive uma namorada. A primeira. Lurdes(?). Aí como está a memória do homem! É provável que tenha sido antes do corte de cabelo e que tenha acabado logo a seguir. (continua)
 
Autor
Raul Cordeiro
 
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