Poemas : 

a irreverência de maio

 
com a ventania a correr
entre cúmulos e cirros
espraiados sobre rezes
apascentadas na verdura
sente-se o querer vencer
todos os pesados esbirros
noivos não bastas vezes
de enfados que trazem farturas

desenganou-se o dom nato
polido no crâneo recheado
de quem pensou a consciência
como se a simplicidade
fosse norma ou facto
que nunca muda de lado
numa solarenga coerência
fazedora milagreira da verdade

no entanto a imberbe juventude
mergulhada nestes interiores
que perscrutam amiúde
ondas de vómitos às cores
aventadas à gasolina entornada
enche numa estocada romba
a rua de corpanzis à paulada
e acende o rastilho colado à bomba

e bum
lá se foi a ordem dos galos
empoleirados nas costas dos bois
num sopro nublado e ventoso
igual a muitos mas como nenhum
que castrou até os rijos falos
que esperavam ficar para depois
num deixa andar deliberado e enganoso

Valdevinoxis

http://palavras-feitas-de-letras.blogspot.com


A boa convivência não é uma questão de tolerância.


 
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Valdevinoxis
 
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