“Deixa a tua alegria aos seres brutos,
Porque, na superfície do planeta,
Tu só tens um direito: - o de chorar!”
(DOS ANJOS, Augusto. Homo Infimus)
SOFREGUIDÃO
(Davys Sousa)
Vim amargurar-me em confissões.
Eu sou infeliz e por toda vida serei.
E esta dor que confronto,
Esta dor que abate em meu peito
Causa-me tenebrosa ilusão
E supera o limite do amor, do sonho e da razão.
Sou infeliz e até o momento hei de ser.
Tudo o que toco parece ficar insípido.
E assim minha natureza tão vaga se completa.
Morrerei sonhando no absinto agouro
E má fama de minha vida.
Ô ouço os cânticos angustiados doutros anos,
Adormecidos nas cinzas que me torno.
Adormeço nas brumas de um sonhador obscuro,
Mestre das sombras ocultas.
Ouço as ninfas do bosque do esquecimento.
Seus cantos que embalsamam meu coração
Õ maldita vida que carrego na alma.
Transporto em mim toda mágoa de um homem infeliz.
Nas proezas da terra, cantai, Ô ninfas que me conduzem
Ao meu leito eterno de lamentações ou aos Campos Elísios
De meus sonhares.
Davys Sousa
(Caine)