Quando todas as mentiras boiaram
Eu fui obrigado a me sustentar sobre uma delas
Para não me afundar,
Mas a solidão, devido à indiferença dos que,
Mais que me ignoram
Tornou-se impossível a sobrevivência neste lugar.
Por todos os lados há fragmentos de um mundo
Que virou retalhos,
Meus pés flutuam longe do fundo
E o céu esta povoado de urubus,
O sol de um meio dia eterno me cozinha os olhos,
Daí minha esperança é chegar à ilha
Que a cefaléia produz.
Tive ainda a pouco a impressão de ouvir gargalhadas,
Percebi o socorro passar não querendo me perceber,
Senti a consciência se fazer uma ancora tão pesada
Pondo-me no meio do nada,
Preso ao que eu não quero ser.
A esta altura a sede me fez esquecer, a fome,
Os braços dormentes se recusam a acreditar em mim,
Ironicamente o sal me consome,
Come-me,
Sem pressa que eu chegue ao fim