REPENTE
Quero fazer um poema
Que não fale de mulher
Que não seja um dilema
De um romance qualquer
Quero falar de alegria
Quer de noite, quer de dia
Seja no frio ou no calor
Mas, que não fale de amor
Que fale da nossa vida
Dos dias em que vivemos
Se agora nada temos
Não é por falta de luta
Pois enfrentamos labutas
Desde o tempo do café
Mas, já não se leva fé
Como levamos um dia
Quando a luta principia
A gente tem mais coragem
Mas não tem muita bagagem
Para enfrentar a vida
Pois muitas vezes é tida
Como obstáculo intransponível
E nem sempre é visível
O caminho a se seguir
E onde será o nosso povir
Pois trabalhando lá na roça
Morando em uma palhoça
Com o pai e com a mãe
Naquele ardoroso afã
Na luta pela existência
Às vezes sem apetência
Enfrentado o sol quente
Sofrendo como inocente
Que está preso, sem ser réu
Só esperando que o céu
Deus lhe dê como presente.
jmd/Maringá, 06.01.09
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