-CORDEL-
Deu zebra meu irmão...
Pensei enriquecer,
andar de avião,
fazer e desfazer,
punido então não ser,
Poder pintar e bordar,
tal qual no Planalto se vê...
Tentei um jeitinho dá...
Bem na vida gozar,
casa de Jacarandá,
mulheres a me cercar,
na rede à assoviar,
viver de papo pro ar,
somente a cantarolar...
Eu quiz imitar os de lá...
Vejam só no que deu:
Em mim o pau cantou,
a família entristeceu!
A minha mãe chorou,
triste quase morreu...
Veja a zebra que deu!
Com dinheiro, era Alfredinho,
liso... Sou Alfredão,
Antes andava de jatinho,
agora num quadradão!
Querendo imitar os homens,
pensando tudo poder...
Onde fui me meter?
No Planalto tem gigante,
no Planalto, tem artistas,
no Planalto tem doutores,
lá tem capa de revista,
não tem zebra não senhor...
E agora todo listrado,
Estou num palco de horror.
Esther.