PREFÁCIO:"COM O CORAÇÃO NA MÃO".
Nada mais complexo do que o tema relacionamento.
E, quando este concerne a "relacionamento entre casais cristãos", a complexidade aumenta consideravelmente, visto que a visão do Evangelho – por muitos entendida – é de que se deve continuar casados, até que a morte os separe. Resta-nos entender, a que tipo de morte, se refere à Palavra. Se morte do corpo – fim existencial –, ou do elo espiritual, que torna válida esta união, baseada no amor, respeito e honra. Pois, viver sob o mesmo teto, jamais será definição de casamento.
Creio que a base deste é o amor, a satisfação mútua, a busca em proporcionar ao seu cônjuge, equilíbrio, bem-estar e tudo quanto proporcione crescimento. É bem mais que partilhar do mesmo teto, mesa, e cama.
É carinho, compreensão, é química, é pele. É entender sem palavras, são afins de alma.
É complemento, é atração, o desejo de voltar um para o outro, de compartilhar, de “somar dividindo”...
É o encaixe perfeito, como o côncavo e o convexo... A mão e a luva.
Sabemos, porém, que todo relacionamento precisa de ajustes. Tal qual, a luva, que, para vestir a mão, é preciso ajustar dedo por dedo, até que sintamos o verdadeiro encaixe.
Se usarmos luvas é porque queremos. Não podemos nos adornar com algo que rejeitamos... Senão, o efeito será contrário ao desejado.
Mesmo diante das imperfeições, de opostos, tem que haver respeito a individualidade da outra parte. O desamor vai causar insatisfação, rejeição. E se o casal, biblicamente falando, é carne da mesma carne – o enxerto perfeito –, se rejeitado apodrecerá.
Conseqüentemente, surgirão controvérsias e agressões que farão do casamento um flagelo da alma.Em nome da religião, de dogmas, e outros motivos. Muitas vezes, vive-se um casamento de fachada, uma relação obrigatória, sem alegria, sem vida, onde o sexo é só o cumprimento do dever, até que chegue a aposentadoria.
Acabando o ato sexual... Torna-se “comum” o deitar de costas um para o outro, sem carinho, sem aconchego, sem diálogo.
O casamento sem amor é como um câncer, que mata aos poucos... e, se alastra pelos membros (filhos), contaminando-os igualmente.
Os frutos de uma união sem amor são tristes e agressivos. Não desejam se casar – não querem reviver o que presenciaram dos pais –. E, quando casam, os reflexos desta infeliz união surgem no dia a dia...
Casamento sem amor, infelizmente acontece... Porém, espiritualmente falando, não é válido. Pois, se morar juntos, não é definição para o casamento, muito menos o será um documento. É tal qual, um testamento, que, legaliza a posse dos bens do que já morreu!
Não há um casamento mais perfeito, do que o de Deus com os seus filhos. Porém, Ele diz: Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos ( Zc 4:6);Eis que estou à porta, e bato: se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei e ele comigo( Apc. 3:20).
Se a nossa união com Deus, tem por base o verdadeiro amor, a ordem e a decência, como pode a dos homens ser diferentes?
Porém, é imprescindível a legalidade de tal união, enquanto esta durar. Da mesma forma, se esta não mais existe, e não há esperança de restauração, é indispensável que haja um documento, que a invalide e torne real a situação vigente: “o divórcio”.
Permanecer juntos, porém, sofrendo e adulterando em pensamentos fantasiosos, é mais grave e pecaminoso do que divorciar-se, tendo e dando a oportunidade a outra parte, de encontrar a felicidade...Tendo paz com Deus, consigo e com os homens. Pois, onde houver paz, aí, estará Deus!
EstherRogessi.Escritora. UBE Mat. 9363.
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