Poemas : 

para Lama Hamdam

 
para Lama Hamdam

(após leitura de artigo no “Correio da Manhã”, n.º 10.805, de 31.12.2008, p. 30)

embora eu acredite que deus vive
no pensamento do homem, que aí nasce,
cresce e morre, não tendo fora deste
existência, e tudo o que o homem faz
em nome dele, faz em nome próprio,

embora eu acredite que não há
deus, queria que deus houvesse e justo
fosse e que hoje, em que vi teu rosto e li
o teu nome, se erguesse e fosse deus,

não esse deus que tem nas mãos teu sangue,
que sussurra ao ouvido do seu dono:
“danos colaterais” e que sereno
se recolhe ao aposento que lhe coube
no dia em que surgiu como conceito,

não esse deus, mas outro, um deus de todos,
deus com mãos de criança, deus liberto
que ergue e arrasa na areia os seus castelos.


Xavier Zarco
www.xavierzarco.blogspot.com
www.xavierzarco.no.sapo.pt

 
Autor
Xavier_Zarco
 
Texto
Data
Leituras
736
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
flavio silver
Publicado: 03/01/2009 15:28  Atualizado: 03/01/2009 15:28
Colaborador
Usuário desde: 24/09/2007
Localidade: barcelos
Mensagens: 1001
 Re: para Lama Hamdam
um poema fluido e com imagens d'água.
nele se pode ver uma qualquer verdade.
felicitações!
abraço