Acrósticos : 

Um hino à verdade

 
Será que o seu grito o trago amordaçado no meu peito
E esta vontade de abrir os braços e agarrar fantasmas
Serão as suas mãos ásperas e os seus braços robustos
Que me impelem na minha fragilidade
A grita-la num hino à verdade
Na sua própria impossibilidade
De agarrar o mundo e aniquila-lo
Ou segurar na sua ternura as filhas amadas
As que salvou e as que lhe escaparam?
Teria de vir eu ao mundo
A tardar ou em tempo certo
Amá-la ou cantá-la em verso
Num tempo que ainda tem tempo
De salva-la a ela da tormenta
E mudar o que dizem ser agoiro
Perpetuando-se pelas gerações vindouras
Pelo amor que eu lhe tenho?
Pudesse eu ser eu a sua mãe
E as suas filhas minhas as filhas
Mas nasci eu muito tempo depois
Neta de uma delas para a amar agora eu
Como se todas elas em mim nascessem
E as acarinhasse como a minha filha
Que se senta no meu regaço
E a estreito contra meu peito.

 
Autor
Romi
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