Houve um frenesi aqui pela orla.
Sorrisos largos, abraços,
Um misto de esperança e choro
Regado a espumante.
Houve oferendas lançadas
A flor da água.... e risos
Muitos risos.
Depois foi a contagem regressiva
Num coro de vozes esverdeadas.
Mãos entrelaçadas, olhos cerrados,
Lágrimas.
No lugar do zero explodiu a pirotecnia.
Línguas de fogo no céu
Em contraste com outras em terra
Nas bocas abertas.
Olhos brilhantes e novos abraços.
Segredos ao pé de ouvidos. Beijos.
Narizes encontrados, olhos nos olhos.
Instantes mágicos e inebriantes...
Houve,
Ao longe ainda, passado algum tempo,
O espocar de algum foguete.
Depois...Outra vez a noite escura,
A água escura.
Aos poucos a brisa
Foi desfazendo
A densa camada de sonhos...
Lentamente...
E então,
Ao romper da aurora,
houve novamente
A mesma sensação de normalidade
Que havia
Antes do primeiro estouro.
Frederico Salvo.