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Educação e Reformas

 
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O conhecimento é a espinha dorsal do progresso e vai transformar-se, nos próximos tempos, na riqueza (ou pobreza) nacional de qualquer país.

O “combate” ao aquecimento global, o desenvolvimento de energias alternativas (mais limpas) e a exploração espacial, entre outros, dependem do crescimento científico e da evolução intelectual do homem.

Ora, como o erro é a base do conhecimento, as tentativas que são implementadas visando a correcção de medidas ineficazes devem ser bem recebidas. Mas quando essas experiências não dão resultado, e até provocam maiores desvios, então há que reflectir e recomeçar de novo o mais depressa possível. Caso contrário, em vez de aprendermos com o erro, persistimos no mesmo.

Partindo do pressuposto que todas as iniciativas são bem-intencionadas, quando a acção que propusemos não produz os resultados esperados, não deveria haver nenhum problema em aceitar o óbvio e seguir por outro caminho.

No entanto, reconhecer que erramos não é fácil. Muito mais difícil o é quando quem o deve fazer é titular de um cargo público e responsável pela execução de um programa político sufragado eleitoralmente, ou, pelo menos, por parte dele. Mas é precisamente devido à responsabilidade – política e social – inerente ao cargo que ocupa que é premente para um Ministro admitir o equívoco e, acima de tudo, corrigi-lo.

Contudo, se esse reconhecimento só se verifica após pressão dos media e/ou da contestação social, é ainda mais necessário não tomar medidas na emoção do momento. Igualmente é importante não optar por uma sucessão de acções, uma vez que tal processo não permitirá verificar temporalmente a exequibilidade de qualquer dessas iniciativas e, para aqueles a quem as mesmas são dirigidas, contínuas mudanças só trarão indefinição e inacção.

Se é verdade que tentar recuperar jovens que abandonaram a formação escolar, permitindo-lhes novas possibilidades de instrução, revela boas intenções, também não é menos verdade que a sua colocação em turmas de adolescentes que, embora estejam no mesmo nível de ensino, são bastante mais novos não tem alcançado os objectivos aguardados.

As políticas de educação não devem ser alteradas cada vez que um novo governo toma posse. Já o afirmei anteriormente, e nunca é demais repeti-lo. E esta circunstância não deve ser apenas aplicada na educação. Há outros sectores da vida pública que precisam do mesmo tipo de atitude.

Dependendo do ponto de vista, felizmente ou infelizmente, hoje, «O Choque do Futuro» é muito mais rápido do que o era quando ALVIN TOFFLER o descreveu. Igualmente afortunadamente ou desafortunadamente, a esperança de média de vida de um português ronda os 75 anos.

A sociedade em que vivemos não é a mesma de tempos passados. Não a mesma de há dez anos e muito menos a do ano passado. A única maneira de eliminar estas discrepâncias é estabelecer regras com princípios orientadores consistentes, mas adaptáveis à evolução social e tecnológica. A opção por substituições sistemáticas não é solução.

NIELS BOHR disse: “É muito difícil fazer previsões. Sobretudo sobre o futuro.” Mas a educação é o futuro. Sempre o foi.

Segundo o Observatório de Segurança Escolar, no nosso país, diariamente verificam-se duas agressões a professores. Que futuro está reservado a Portugal?


3 de Abril de 2008 – O Primeiro de Janeiro

Igualmente disponível em:
http://intransmissivel.wordpress.com


Vicente Ferreira da Silva

 
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