Pouco a pouco regressa a paz.
Instala-se
a música no peito,
o mar em fogo,
quantas noites por amar,
quantos sonhos por sonhar,
tanto Sol nos cabelos em desalinho,
corpos que se t(r)ocam em
constantes movimentos
paragens
de desejos incontidos,
olhares de tantas cores
arco-íris perfumado em tons anil,
breve anoitecer sem sono
madrugadas tardias
em vésperas de Agosto,
um passeio à beira-mar,
uma mão na minha mão
e no meu peito,
a saudade
pelos gestos ternos que jamais teremos
assim
os olhares de carícias
breves
algumas danças proibidas
a viagem sem regresso
Porto Covo
ilha sem pessegueiro
lábios com sabor a morango
uma nova vontade de viver
tonifica-me os músculos,
esqueço a flacidez
do meu corpo,
ergo-me
num renascer de novos desejos
a memória trai-me,
espero-te em bebedeiras de azul
num tentar esquecer.
Para sempre.
AnaMar