Ciúme de mim que me encanto em longos sobejos,
que recrio desejos de outro tempos.
Ciúme de mim que me revejo em passados caminhos,
maresias de quem sou e de verdades que escondo.
Ciúme de mim que me gastam egoísmos nascidos em cidades outrora,
recolhido agora em aldeias envelhecidas por lembranças esquecidas.
Ciúme de mim por me olhar em retornos desaparecidos,
sentimentos de culpa gerados de mentiras gélidas de esperança.
Ciúme de mim por encantar momentos rústicos de passados,
enfraquecidos por devaneios de tempo.
Ciúme de mim por me guardar em atravessados pensamentos,
renegando palavras que te poderia dizer a ti
Revitaliza-me em autor de segredos, e que na humildade do teu ciúme
me encontres em ti.