Ninguém comprava meia dúzia de lagartixas
Que eu criava no muro, porque não venderia
Por dinheiro nenhum, mas um anum
Foi catando uma a uma, sem se apiedar
Levou quase todo meu gado
Deixando apenas um par.
Como afugentar anuns?
Então, feito espantalho, postei-me vigilante
Mas ele levava uma a todo instante e novamente, voltava.
Pousava num galho de amora, depois no muro
e voava mundo afora com uma lagartixa no bico.
Balanço os braços, grito, mas ele não se assustava
O equilíbrio ecológico parecia ameaçado
Por outro lado, um par de lagartixas se salvava
Escondido na calha.
Não perdi a batalha, pois a espécie se refez.
E, em meu plantel, em vez de meia dúzia,
tenho agora seis.
COMENTÁRIOS/CRÍTICAS:
Sua sensibilidade me assusta. Lindos versos. Vou continuar levando sustos de alegria por outros versos...
Enviado por Ana Maria Carvalho em 29/12/2008 10:08
para o texto: LAGARTIXA DE ESTIMAÇÃO (T1354851)
Adalberto,muito divertida sua poesia...essa coisa de colecionar lagartixas deve ser mesmo de sua infância...eu catava girinos!Afetuoso abraço,
Enviado por Anne Lieri em 28/12/2008 09:08
para o texto: LAGARTIXA DE ESTIMAÇÃO (T1354851)
Muito importante este texto exaltando a preservação da espécie,um abraço,felicidades e feliz ano novo...
Enviado por fabio brandao em 27/12/2008 17:03
para o texto: LAGARTIXA DE ESTIMAÇÃO (T1354851)
Chove, pinga e escorregam
Gotas miúdas como orvalho frio
Escorrem, molham e regam
E correm em direção ao rio
Ao cheiro de terra molhada
A natureza exuberante responde:
Solo repleto de frutas e legumes
Carinhosamente gerados em seu colo
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