Na diferença diluída se igualam
conluiadas as dores do corpo e da alma,
numa fusão a frio onde se caldeiam
psicopoéticas sombras, delicados véus,
psicodramas breves, entre a terra e os céus...
Psico-estados de alma manifestos
de se não encontrar nalgum lugar,
um estado garantidamente equilibrado
na assumida desigualdade de íntimas viagens.
O barco cansado adorna, desvalido, desprotegido,
no sentido pressentido de uma aprisiona margem.
Adorna perigosamente
no risco iminente de não ser mais do que
uma ilusão, uma quimera, uma miragem.
Que em cada um de nós, meu amado,
diferentemente,
existe um tempo imposto de verificação,
de lapidagem.
Um tempo em que e sem o qual,
o bem e o mal, são mais que opostos,
são greda, colagem, mescla confusa e reles
entre a carne fraca e o desejo de,
simplesmente, decalcar a pele na pele.
O sal no sal!
Que, meu querido, em algum lugar,
para além do firmamento, existe em mim
a suprema convicção de que o que conta,
o que importa
o que faz todo o sentido
É um terno afago, longo e lento
Uma brisa mansa, intemporal
Uma boca aberta e escancarada, num pueril gesto
de gulosa criança, em busca de outra
boca geminada e salivada… igual!
Que o que conta,
o que na realidade mais importa
é o decalcar a fogo lento, na matriz do corpo,
o sal de um corpo, de pessoa amada
e que, por este genésico instante,
percorremos meu amante, em chagas ruborescidas,
escaldantes areias, dunas alheias e distraídas,
na busca ensandecida de um edílico afecto.
Na demanda da flor da rosa, da Rosa do Deserto …
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