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FredericoSalvo | Publicado: 27/12/2008 03:22 Atualizado: 27/12/2008 03:22 |
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Re: O tempo passa
Talvez,João, nossos poemas possam levar a alguém um alento após as nossas passagens. Acho que essa seria a semente que todos nós poetas queremos deixar.
Parabéns. Aproveito para deixar aqui para você um poema do grande Manuel Bandeira que fala um pouco sobrei isso. A Morte Absoluta Morrer. Morrer de corpo e de alma. Completamente. Morrer sem deixar o triste despojo da carne, A exangue máscara de cera, Cercada de flores, Que apodrecerão - felizes! - num dia, Banhada de lágrimas Nascidas menos da saudade do que do espanto da morte. Morrer sem deixar porventura uma alma errante... A caminho do céu? Mas que céu pode satisfazer teu sonho de céu? Morrer sem deixar um sulco, um risco, uma sombra, A lembrança de uma sombra Em nenhum coração, em nenhum pensamento. Em nenhuma epiderme. Morrer tão completamente Que um dia ao lerem o teu nome num papel Perguntem: "Quem foi?..." Morrer mais completamente ainda, - Sem deixar sequer esse nome. Manuel Bandeira. Abraços! Frederico. |