Forjou o silêncio, em ti sua arquitetura.
Em ti a saudade levantou castelos.
Cheio de aromas que a brisa espalha,
com sonhos de breve dimensão de altura.
Protetor da fonte e sua frescura.
Sepulcro da ilusão e da quimera.
Minuteiro do sol que o ar cordena,
desde o umbral do fogo e sua aventura.
Em ti levanta o mármore seu desvêlo,
e o pássaro retoma nos ares seu vôo,
e faz a nuvem sua estação mais bela.
Narciso te deixou sua lágrima viva,
que reflete intacta, céu acima,
no espelho remoto de uma estrela.
Rui Garcia