Contos : 

Os Olhinhos de Pudim no Natal

 

Pudim gosta destes olhos que as pessoas têm na véspera de Natal, parece que os homens de boa vontade se desentocam dos receios, da clausura duma bondade escondida a sete chaves, da possibilidade de vestir-se de tolo e não ser moderno.
Neste dia, não! Bons dias sinceros, desculpas aceitas no empurrão, o troco bem dado e se houver problema, o esporo é contornado pela alegria instantânea e contagiosa.
Todos os olhos vibram, o mendigo ganha gorjeta assídua, gorda e votos felizes de boas festas.
Além do mais, os vizinhos de fato, se transformam, o sisudo vira animado, o marrento vira dengoso, o avarento vira ... bem,digamos que o avarento agora dá tapinhas nas costas de euforia , porque afinal, a natureza não dá saltos...
Mas a verdade é para ser dita, neste dia todos se conhecem e olham-se ao elevador, e quem sabe até combinam uma biritinha para mais tarde a fim de comemorar a chegada do Ano Bom que já bate à porta.
É preciso que se esclareça que os olhinhos de Pudim vibram muito mais pelos ossos que os convivas deixarão do que por tudo isso, no entanto, com alma de cachorro conhecedor de gente, ele abana o rabinho triunfante e natalino, afinal, tirando os fogos que alguns mais afoitos costumam soltar janela afora, no Natal as pessoas são mesmo mais amistosas, quase como os cachorros, mas nem tanto...



Nina Araújo.



O poeta Walmar Belarmino assim diz:
“CORAÇÃO DE POETA É TÃO SENSÍVEL,
TÃO SENSÍVEL DE UM JEITO IMENSURÁVEL
QUE CONSEGUE SENTIR O INAUDÍVEL
E BEIJAR COM LEVEZA O INTOCÁVEL
VER UM DEUS EM CADA MISERÁVEL
E CHORAR PELA DOR DE UM OPRIMIDO
MESMO ...

 
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NinaAraújo
 
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