A claridade rara de que falo
E procurando venho como um louco,
Deixei fugir de mim por muito pouco
E por sofrer demais é que me calo.
Aquele lume sempre foi caminho;
Nem percebia, andando sem tropeço.
E por ter, todas as escolhas, preço;
Pago agora o valor de estar sozinho.
Sozinho não por me faltar apreço
E nem tão pouco por ser desprezado.
A esses males, meu Deus, desconheço.
Sozinho sim por ver-me enclausurado
Na solitária que bem sei padeço
Por ter perdido aquele ser amado.
Frederico Salvo.