No meio da imensa escuridão do meu quarto, sinto-me só, frágil, abandonada pelos sorrisos de sempre e pelo calor do amor que tanto me reconforta…
Sinto-me a afogar pelas minhas próprias lágrimas, lágrimas essas que queimam enquanto escorrem pela minha face…
Sinto-me incompreendida, o medo apodera-se dos meus sonhos, e tira-me a pouca força que tenho para lutar por mim própria…
Perdida nos meus pensamentos, com pena de mim própria, cada lágrima não me alivia, apenas me faz sentir a amargura da qual passo a minha vida a fugir, o amargo sabor da desilusão…não por alguém mas apenas por mim própria….
Sinto a perda de um amor que faz sorrir….mas também chorar…sinto a perda do calor que me faz sentir viva…sinto-me indesejada…amargurada e fria…
Anoiteceu o dia e a sombra da noite envolveu o meu coração…voltei a ouvir os sons do meu medo, do meu desespero…o sono desapareceu para dar lugar a “velha” insónia amiga de tantas noites…e que pelos visto irá permanecer comigo porque eu passei novamente a fazer parte da escuridão da noite…
As minhas estrelas não me iluminam…a minha lua refugiou-se por trás das nuvens…volta para mim lua… que tanta inspiração meu deu em noites de alegria e calor…não me abandones ao meu destino frio…
Tenho medo de ser feliz…porque cada vez mais acredito que apenas os verdadeiros privilegiados o são…
Pensei ser feliz…mas esse sentimento parece-me de ilusão…não consigo construir nada apenas destruir, o que me rodeia e a mim própria…será esse o meu verdadeiro destino? Viver só, para não magoar nem ser magoada…e viver na indiferença de toda a gente….voltou a velha ci das amarguras…
Cinzenta, lavada em lágrimas, sem palavras, apenas e simplesmente só com os seus pensamentos de sempre e de nunca….
Assim sofre a ci “menina mulher” que o destino teima não deixar sonhar…não deixar construir um futuro…cada dia que passa acredito mais que vou acabar assim…só e triste como a noite…