Tento um esquecimento.
A mão do jovem que me acompanha ensaia um gesto atrevido, como que a lembrar-me, que está ali. Puxa-me para ele, molda-me ao seu corpo, sinto-o excitado...
O ciúme excita?
Correspondo, com um atrevimento que o surpreende: descalço-me e toco-o por debaixo da mesa, até quase ao clímax.Aceito o beijo apaixonado do meu jovem companheiro.Esboças um gesto de enfado, chamas o empregado e sais.
Por momentos não sei o que fazer.
Debato-me ente o Querer e o Dever (numa luta antiga, que nunca me deu tréguas).
Entretanto perdi a fome. Acuso uma indisposição, o meu namorado sorri compreensivo, paga a conta e saímos.
O vento revolve-me os cabelos. Lembro-me das tuas mãos na minha face, sempre que uma madeixa teimava em cobrir-me os olhos…
Chegamos ao hotel e subimos ao quarto. Sinto que tenho que compensar o meu namorado e enquanto fazemos amor, eu de uma forma quase mecânica, embora em entrega total, recuo no tempo e lembro aquela tarde em que fiz amor contigo (porque a maioria das vezes fazíamos sexo) e em que parti.
Talvez por te amar demais.
Luna
(continua)