Porque me hei-de entristecer,
Ao ver a ignorância, a ofensa,
A nega feia da generosidade,
Percebida em suma, como fraqueza.
Quero dar sem querer receber,
Não o artigo de pegar com as mãos,
mas aquele tão simples de perceber,
e sem que o entendam, jogam ao chão.
Porque me entristeço, então?
Talvez com a culpa do lugar comum,
Talvez atado na passividade,
A inércia de me saber mais um.
Será invisibilidade?
Espírito apagado, intra-corpo?
Pandemia bastante contagiosa,
Doença triste, nunca documentada.
Ou será somente inveja?
A banal inveja dos pecados mortais,
Que em orgia saltita e festeja.
... São já tantos, os amparos da tristeza...
Já não és precisa solidão!
São suficientes estas lágrimas.
Vai! Vai-te embora! E deixa-me só.
Dá lugar a que me dê, a quem me quer.
Boa semana!
Garrido carvalho
Dezembro '08