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À espera da morte

 
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O homem triste e sozinho
Espreita pela fechadura
À espreita de um caminho
Mas só vê desilusão dura
E espera a morte.

A mulher presa entre dois amores
Navega em indecisão
E é dilacerada pelos disabores
Enquanto não toma a decisão
E espera a morte.

O homem apaixonado
Cala e consente
Enquanto se sente encarcerado
Na sua mesquinha mente
E espera a morte.

Cai chuva.
Corre sangue.
A morte virá.

A mulher vandalizada
Pelos seus próprios actos
Sente que não é nada
Enquanto assume os factos
E espera a morte.

E eu sem acreditar,
Com um pesado sentimento de vazio
Sinto que podia amar
Mas tenho a vida por um fio
E espero a morte.

A morte virá.



20 de Dezembro de 2008
 
Autor
AntonioCarvalho
 
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