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Esperança

 
Tags:  poesia    esperança  
 
Brotam de mim momentos de glória,
Procurando, pensando, desejando…
Os olhos que se fecham já não são os meus,
Os sentimentos que começam num latejar,
Brotando pequenos sonhos, pequenas ilusões…

Melodiosamente vou ecoando cada traço,
Como se nunca mais o pudesse ouvir,
Desejando que tudo pudesse acabar…

A luz vai perdendo a cor,
Deixando que os sonhos vençam,
Criando esperanças já esquecidas,
Sorrisos há muito perdidos…

Voltaremos a encarar a vida,
Incendiando cada novo sonho…


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Autor
SofiaDuarte
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 20/12/2008 23:08  Atualizado: 20/12/2008 23:08
 Re: Esperança
Da minha janela aberta para o mar
Invento o novo céu dos poetas....



Feliz Natal


Dolores

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 22/12/2008 23:09  Atualizado: 22/12/2008 23:09
 Re: Esperança
(simília similibus)

Quem deita sal na carne crua deixa
a lua entrar pela oficina e encher o barro forte:
vasos redondos, os quadris
das fêmeas - e logo o meu dedo se poe a luzir
ao fôlego da boca: onde
o gargalo se estrangula e entre as coxas a fenda
é uma queimadura
vizinha
do coração - toda a minha mão se assusta,
transmuda,
se torna transparente e viva, por essa força que a traga
até dentro,
onde o sangue mulheril queimado
a arrasta pelos rins e aloja, brilhando
como um coração,
na garganta - o sal que se deita cresce sempre
ao enredo dos planetas: com unhas
frias e nuas
retrato as lunações, talho a carne límpida
- porque eu sou o teu nome quando
te chamas a toda a altura
dos espelhos e até ao fundo, se teus dedos abertos tocam
a estrela
como uma pedra fechada no seu jardim selvagem
entre a água: tu tocas
onde te toco, e os remoinhos da luz e do sal se tocam
na carne profunda: como em toda a olaria o movimento
toca a argila e a torna
atenta
à translação da casa pela paisagem rodando sobre si
mesma - a teia sensível,
que se fabrica no mundo entre a mão no sal
e a potência
múltipla de que esta escrita é a simetria,
une
tudo boca a boca: o verbo que estás a ser cada
tua morte
ao que ouço, quando a luz se empina e a noite inteira
se despenha
para dentro do dia: ou a mão que lanço sobre
esse cabelo animal
que respira no sono, que transpira
como barro ou madeira ou carne salgada
exposta
a toda a largura da lua: o que é grave, amargo, sangrento.



Herberto Helder
PHOTOMATON & VOX
Assírio & Alvim
1995



Este comentário é simplesmente a minha oferta de Natal.

Beijos

Feliz Natal