Algidez escapou ao toque de teus beijos,
Hieráticos traçados de amor impuro,
Um anjo observa calado o turíbulo onde recostei a tristeza,
Nublado é o paraíso onde nos encontramos.
Minha escolha.
No diuturno banquete dos vermes repousa abaixo de nós o esquecimento,
Lábios pintados de negro tornam-me cativo da dor,
O silêncio prossegue circunspecto na paisagem,
Cadáveres absorvem as lágrimas derramadas no sepulcro,monumento delicado.
O Messias crucificado sangra cabisbaixo,
Diferente do indômita estrela de luz,alvor decadente,
Degraus conduzem ao altar onde reina a languidez,
Confesso que não suporto mais tua ausência.
Recolho-me nas furnas do ódio,isolado despejo remorso e saudade,
Preciso reverenciar tua inefável beleza e prostrado sangrar em teu nome,
Sereno o cérúleo cinzento de nuvens dispersas na pálida escuridão,derradeiro adeus marcará a lembrança do fim,
Florescendo diante dos meus olhos os últimos minutos da eternidade
Dedico agora e post mortem a ti.