Nenhum rosto para ser esquecido,
Construo lembranças e sonhos perdidos,
Quantas vezes esgotei os caminhos do passado
para sangrar recostado ao muro.
O tempo não existe onde tudo é letargo,
Descanso sem paz no santo sepulcro,
Adormeço mas permaneço acordado imaginando
Para viver novamente quando caminho nos jardins irreais,sem saber até que ponto finda o sonho.
Amores que jamais tive em despedidas trágicas consomem lagrimas viscosas forjando lembranças,
Atravessando a linha do infinito na janela da alma,
Aprisonado finjo existir no plano do eterno delírio,
Paredes que separam-me de algum outro lado entorpecido,lá fora.
Permaneço emudecido enquanto despejam luz mortiça da pequena janela,
Uma estrela conversa comigo e ri,tão alto quanto pode com lábios costurados,
Contemplei uma nova forma de vazio interior,meu corpo desaparece,
Não restará mesmo o pó dançando nos maxilares do vampiro.
Aprisonado,desprende-se do teto um atro lamento,
Fechando-se sobre a cama erguo meu espírito intranquilo com frigidez comovente,
Sangue afoga minhas narinas,na pele de papel rios de fraqueza,
Não sinto o toque do vento ou escuto,finjo acreditar na alucinação que nasce nas trevas.
Isolado para morrer todos os dias no limbo do nada amortalhado pelo concreto,
Cativos dos desvios temerosos de uma mente pertubada
No caminho sem volta da loucura completa próxima,
Finalmente a serenidade.
No início tu sofres com a ausência de cores e sons,mais tarde apega-se aos dias cinzas da clausura e decide não mais buscar ajuda ou sair.