Poemas -> Sombrios : 

Abraço mortalmente terno...

 
Abraço mortalmente terno...
 
Os nervos à flor da pele...
Os mesmos rostos dias após dias...
Vejo eu a passar ao meu lado na calçada...
Cubro os meus passos com rosas negras...
Olhar vidrados no chão...
Olhar que voa pela mente dos pesadelos...
Esses que me atormentam...
Esses que me fazem dislumbrar...
Rezo baixinho todos os meus males...
Para que não os ouças...
Quando passar perto de ti...
E o meu coração disparar...
O meu corpo tenta aproximar-se do teu...
Mas a minha alma faz me levitar para bem longe daquele medo...
Medo de que os meus olhos se descolem do chão...
E no meio desta turbilhão...
Se colem no teu coração...
E o teu olhar vidrado fatal...
Me faça pedir...
Que as rosas que me cobrem o chão...
Sejam brancas carmim...
E os sonhos rosas...
Que perfumam os meus pesadelos...
E da dor nasce sonho...
E eu nas trevas do medo da certeza da incerteza...
De falhar o que já está falhado...
Viro-te costas...
E as trevas abraçam-me no seu terno abraço...
Aquele abraço mortal...
Das rosas de espinhos...
E deixo-te a ti... sem mim...
e a mim sem ti...
E aos meu sonhos...
O enterro digno de pertencerem ao lado negro...
Assim não perdí...
Não arrisquei...
E perdí a própria oportunidade de não perder...


Alexander the Poet

 
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Domitor
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 19/12/2008 10:56  Atualizado: 19/12/2008 10:56
 Re: Abraço mortalmente terno...
gostei dessa dicotomia

"Sejam brancas carmim...
E os sonhos rosas..."

mas o medo interior existe, devemos lutar contra ele. gostei muito. bj

Enviado por Tópico
MartaVasil
Publicado: 21/12/2008 15:10  Atualizado: 21/12/2008 15:10
Da casa!
Usuário desde: 30/11/2008
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Mensagens: 215
 Re: Abraço mortalmente terno...
Um poema onde o medo e a incerteza se sobrepõem àquilo que poderia ser uma história de amor.
Arriscar no amor tem, de facto seus riscos, mas... sem risco pode nunca haver um traço por onde o amor possa passar.

Um abraço e feliz natal

Marta Vasil