Os nervos à flor da pele...
Os mesmos rostos dias após dias...
Vejo eu a passar ao meu lado na calçada...
Cubro os meus passos com rosas negras...
Olhar vidrados no chão...
Olhar que voa pela mente dos pesadelos...
Esses que me atormentam...
Esses que me fazem dislumbrar...
Rezo baixinho todos os meus males...
Para que não os ouças...
Quando passar perto de ti...
E o meu coração disparar...
O meu corpo tenta aproximar-se do teu...
Mas a minha alma faz me levitar para bem longe daquele medo...
Medo de que os meus olhos se descolem do chão...
E no meio desta turbilhão...
Se colem no teu coração...
E o teu olhar vidrado fatal...
Me faça pedir...
Que as rosas que me cobrem o chão...
Sejam brancas carmim...
E os sonhos rosas...
Que perfumam os meus pesadelos...
E da dor nasce sonho...
E eu nas trevas do medo da certeza da incerteza...
De falhar o que já está falhado...
Viro-te costas...
E as trevas abraçam-me no seu terno abraço...
Aquele abraço mortal...
Das rosas de espinhos...
E deixo-te a ti... sem mim...
e a mim sem ti...
E aos meu sonhos...
O enterro digno de pertencerem ao lado negro...
Assim não perdí...
Não arrisquei...
E perdí a própria oportunidade de não perder...
Alexander the Poet