Poemas : 

Estrada

 
Na estrada eu vou
Azul é o tapete e o céu
Ninguém me pará
Todos me ultrapassam
Sinto as cores e os cheiros
Que me golpeiam como beijos
As terras ao lado sofrem
Por serem vistas e não pisadas

Corvos abutres
Esperam a sorte
Esperam a morte

O tráfego em nós se desdobra
Em filas se afunila

Até os barcos vorazes me alcançam
Me acompanham e me fogem

Em rotundas manhosas erro o destino certo
Tantas vezes pretendido e atingido

O sol levantou-se e já caiu
E eu ando
Vivo andando
Sempre em frente
Sempre depressa
Sempre em dúvida

 
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licinio
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