Sei que há dias bons e maus
Dias em que o quotidiano é miragem
Dias de praias e dias de vaus
Dias de estar e de passagem
Sei que não resolvo nada chorando
Os dias e palpando os degraus
Sei que vou tacteando
Sei que a vista pouco alcança
Sei que não me apetece
Entrar agora nessa dança
Sei que não esgotei ainda
A minha dose de felicidade
Que estreito e murado
É ainda o subúrbio da minha cidade
Sei que um sonho não se sonha todo de uma vez
E quando uma noite acaba e começa
Volta o sonho outra vez
Sei que sou o que sou
Não encontro outro jeito
Ainda que o sonho do sonho
Possa pecar por defeito