Caio em silêncio, sustento os tangíveis segredos,
Um oco, eco de voz nenhuma no negro da dor!
O querer ser feliz ansiando por raios de amor,
Mas ver-me sempre à sombra dos próprios medos…
Talvez seja tarde para ser feliz, já que nunca é cedo!
Vejo-me tecer, por entre os anelos dos temores,
Furtivas tentativas, de reeleger esplendores!
Mas afasta-se de mim a fé, e o resto? Degredo!
Meus ideais, não se comparam aos de saudosos numes!
Carrego no saber, o nada que sei, sabedoria bem assente
Como brandos melodiosos suspiros, em tons de queixumes
Calo-me perante a presença inteira, de estar ausente!
Pela razão incerta, que nem nos mais altivos cumes.
Avisto raio de sol, que crie em mim sua patente.
Paulo Alves