Branqueio os teus olhos
com os salpicos salgados
que retiro da crista das ondas
que fazes rebentar no meu peito.
Absorvo a espuma das tuas ondas de prazer
banho-me na viscosidade da pele
em tormentas de um vai-vem intenso
de odores agridoces.
Retiro os meus dedos de ti,
que penetram o teu corpo
enquanto escreves
e saboreio a paixão para me inspirar.
Desenho-te letras nas costas
enquanto a tua língua me penetra
intensa
em movimentos constantes
de saliva e líquidos de gemidos
que transformas em gritos
sem respirar.
Mergulhado em ti saboreio-te,
demoradamente
enquanto as tuas coxas me aquecem as orelhas
sabores ácidos,
básicos
ou neutros,
paro e recomeço,
penetro-te
e saboreio-te alternadamente
enquanto vou vigiando
os sinais emitidos pelos teus olhos
que me dizem constantemente
que sim e que não.
Luna