Sinto nos cabelos a brisa do vento da Primavera, ao longe o Sol recosta-se sobre a linha do horizonte, numa lenta caminhada para a noite. O crepúsculo, invade o final do dia, deixando o céu num tom laranja que enche o nosso olhar. O oceano separa-se do céu na linha invisível, distante, as gaivotas agitam-se num bailado fervilhante.
Sirvo-te um copo de vinho, vermelho, em tons de pôr-do-sol, levo comigo o livro que estamos a ler e sento-me a teus pés. Sinto as tuas mãos nos meus cabelos, como brisa deste fim de tarde que me afaga a alma. Abro a página e começo, encarnando a personagem, narrando esta paixão, amor, com toda a emoção que se sente em cada letra pronunciada. Tu, contemplas o horizonte, sentindo o perfume do mar, absorvendo cada palavras que te leio, como se fosse um toque suave na tua pele.
Dás-me a mão, como se quisesses entrar comigo nesta história, como se sentisses que este romance é teu. Olhas -me e vês que estou de olhos fechados, continuo a falar, a contar a história que cada vez mais é tua, nossa, o livro resvalou-me da mão e caiu sobre o soalho de madeira. Já não estamos ali, nenhum de nós, deixámos os corpos ficar, e partimos juntos numa viagem só nossa ao Universo dos sonhos, os nossos sonhos.