Na farmácia, comprimento a balconista
Vejo-a rindo, mas não sei como explicar
Se ela ri pra mim ou de mim está rindo
É uma dúvida cruel que fica a martelar
Escuto conversas entre duas pessoas
Quando chego perto as duas se calam
Não sei o que as duas estão comentando
Será coisas delas ou é de mim que falam
Levo o meu carro a uma grande oficina
O mecânico diz que tenho que lá deixar
Será que eu não posso ver os defeitos
Ou algum defeito bem grave vai inventar
O médico pede-me exames e desconfio
Será que eu tenho alguma doença fatal
Ou será que todo médico pede exames
Para poder aumentar sua renda mensal
Por que será que sou tão desconfiado
Será que o homem deve crer no homem
Ou então, quem crer será amaldiçoado
Às vezes estas dúvidas me consomem
jmd/Maringá, 15.12.08
verde