Poemas : 

A SENTENÇA

 

Triste de uma sentença
Que desanda entre palavras
Que se perde entre um texto
Vocifera ao encontrar-se
Com as letras tresloucadas
Contorce e reboliça
Como uma mulher desamada.

As curvas todas do corpo
Do texto que vai formar
Pra construir a palavra
Ou destruir uma vida
Um continente ou um planeta
Ela se vira direito
Pula, repula, repica
O escrevente critica
Recoloca no lugar
Ela fica a deslocar
Plavras d outro sentido
Ninguém ouve o gemido
Que ela emite ao agravar
Toda uma existência
de uma pessoa ou do mar
O causídico não solicita
Escolhe a sentença e dita
O escrevente palpita
Apalpa a sílaba e digita
A sentença lá está.


JOEL DE SÁ
15/12/2008.

 
Autor
Joel Pereira de Sá
 
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