Prosas Poéticas : 

O frio a neve, enfim o Natal

 
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O frio chegou, as montanhas, as mais antigas, vestem a neve aproveitando o seu manto para protecção e aconchego. Das dobras escorrem águas sem pendentes com inúmeras voltas acabando por desaguar em sopés. As mais vaidosas usam-nas em cascatas de adorno com fios cintilantes, outras enrolam-nas em cachecóis tirando mais proveito do que aparência. A Natureza parece esconder as vergonhas que durante quase um ano andaram ao léu, agora que arrefeceu o ar e jorram arremessos de pureza, candura e jovialidade, as árvores seguram o que podem em máscaras luxuosas de Inverno. O edredão branco estende-se infindável destapando desmazeladamente algumas costas rochosas que teimam em dormir mesmo depois de tantos anos de ressaca. A festa do inicio do Mundo com os excessos levaram os montes a enterrar a cabeça na terra, vergonha de tão grande bebedeira. Restam acordadas as árvores, animais e nós que não presenciamos a festa. Na nossa curta existência aproveitamos estes momentos para lembrar o que nunca presenciamos, mas continuamos a manter em viva fé. São valores que excedem a normalidade do resto do ano e devem continuar a ser exaltados, lembrando que existem situações que se sobrepõem aos problemas mundanos relativizando-os.
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Deepmoon
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Enviado por Tópico
Ibernise
Publicado: 15/12/2008 16:55  Atualizado: 15/12/2008 16:55
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 Re: O frio a neve, enfim o Natal
Bela narrativa onde a natureza se coloca onde deve estar dentro das humanidades, em quaisquer q sejam os mundoa. Deepmoon Parabéns!

Bjs

Ibernise