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<font color="#006600">*Vendaval dos Desejos*
Debruço-me em silêncio sob o luar
Com a alma em pleno recolhimento
Pensamento vagueia em acanhamento
E tua imagem como nuvem a rondar
Dispersos do tempo seguem além
Duas vontades rondam a imensidão
Como se o mundo fosse à abdução
Das conquistas aqui do lado aquém
Na noite onde a disfarçada quietude
Pousa no sacrário do amor fiel
O vento num sibilo envolto em véu
Cumplicia os amantes em amplitude
O olhar perde-se na imagem rude
E ultrapassa o vendaval da latitude
I
E ultrapassa o vendaval da latitude
Qual folguedo num clarão arisco
Leva-me a ti em forma de fisco
No sorriso o tributo da quietude
O manto da noite deita sobre o teto
Dois corações palpitando na mudez
Sem saber dos minutos hora e vez
Divide o pulsar o sangue no trajeto
Tudo era encanto de encanto tanto
Mas o relampejar anunciou o real
O vento forte açoitou o temporal
O mistério refez o desencanto
Mas, dos sonhos que na vida é sina
Construo meu poço, minha vitrina...
Sonia Nogueira *songueira*<center></font>
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