Saio sozinho da taberna
Nem bebi muito
Pouco mais de um litro e meio talvez
A vontade de urinar só me dá depois de sair
Vem mais rápida que a sede
A pé sigo em ruelas estreitas
O chão brilha da chuva
As paredes em redor torcem-se para cair
E a agonia de mijar já me controla o cérebro
Aguento para escolher o sitio certo
E no meio duma ladeira
No meio de uma valeta
No meio do trajecto
No meio da rua
No meio das estrelas
Tiro o órgão adormecido
Que canaliza da bexiga
O excretado dessa noite
Acerto num poste que imóvel fica
Aquecido erodido fedido por mim
Polui-o a via publica
Arrasto o saibro caído
Nutro com amoníaco as ervas
Com o mijo que me evade o corpo
Adoço com sal as baratas das gretas
Marca suja deixo minha
No meio da cidade mijo
Mijo pra sociedade