Sonetos : 

FRIA COMO MÁRMORE

 
Em rigidez desdenhosa, qual mármore
Receosa, sinto-me prestes a quebrar
Será em mil pedaços, talvez demore!
Mas, na borda, já há lascas a me circundar,

Nesse processo de cura, não me ignore!
Já não é tão frio, podes tua mão pousar.
Mas ainda me transformo, não comemore!
Em abnegação pálida, voltarei a brilhar...

Na suavidade lívida da minha tez
Seduzo-te com frios lábios carmim
E se tão apaixonada não estivesse, talvez

Nem no mais esplendoroso sonho
Nunca, jamais, desfaria essa rigidez de mim
Seria jazigo, o frio desse mármore bisonho.


o mais importante não se conta, se constrói com o não dito, com o subentendido, a alusão”. (Piglia)[/color][/color]

 
Autor
Maria Verde
 
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Enviado por Tópico
gil de olive
Publicado: 14/12/2008 18:43  Atualizado: 14/12/2008 18:43
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Usuário desde: 03/11/2007
Localidade: Campos do Jordão SP BR
Mensagens: 4838
 Re: FRIA COMO MÁRMORE
Essa poesia foi divinamente bem escrita! Merece aplausos!


Enviado por Tópico
Massacre
Publicado: 17/12/2008 18:29  Atualizado: 17/12/2008 18:29
Participativo
Usuário desde: 23/01/2007
Localidade: Mondim de Basto
Mensagens: 12
 Re: FRIA COMO MÁRMORE
um poema lindo, bem estruturado e que me deu um prazer enorme ler....um beijo amiga e parabens...

Enviado por Tópico
AntóniodosSantos
Publicado: 28/12/2008 22:25  Atualizado: 28/12/2008 22:25
Colaborador
Usuário desde: 10/12/2008
Localidade: Lisboa
Mensagens: 997
 Re: FRIA COMO MÁRMORE
Lindo este soneto...num mixto de resignação e de esperança...Mensagem com muita «força»...
Li e reli, o poema, porque gostei...MESMO..
Parabéns à autora...

Um Bom 2009...com Saúde, Paz, Amor, Concórdia e muita AMIZADE, e também com muita inspiração poética...

A.S.