A vida no campo está bem diferente
Não há diversão como antigamente
Que havia há quarenta anos atrás
Quando era janeiro, começo do mês
Havia muitas festas no dia de Reis
E hoje, por certo, não existem mais
E quando chegava à semana santa
A disposição das crianças era tanta
Em construir Judas para se alegrar
E na casa de algum vizinho ingrato
A gente colocava o boneco caricato
Só para ouvir o nosso vizinho xingar
Ao meio do ano, nas festas de S.João
Tinha dança e fogueira como distração
E daquele tempo eu sinto saudade
Na roça reinava todo tipo de cultura
E agora se encontra só monocultura
Que expulsou os roceiros pra cidade
Hoje na roça não há o que encontrar
Nem um pé de fruta existe no pomar
Parece que o mundo está quase vazio
O sol escaldante é que agora impera
Faz frio no verão e calor na primavera
Morreram os peixes, acabou-se o rio
Hoje as máquinas substituem o homem
Que foi pra cidade e agora passa fome
E mora em favelas ou nas periferias
Com tristeza vê os filhos se drogando
As vêzes até sonha que está voltando
E ocuparar de novo as suas sesmarias.
jmd/Maringá, 12.12.08
verde
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