Dói-me o coração se te vejo chorar.
É como se me levassem um bocado
de mim, junto com a tua dor,
e ela se perdesse, algures no deserto,
esperando que a vá tomar em mãos,
para te socorrer, do que assim
tanto te aflige, ansiando por uma
palavra minha, que, traga consigo,
todas as fragrâncias das flores,
acabadas de nascer, agora mesmo.
Aprendi – e tenho por melhor – que,
muitas das vezes, nestas alturas,
o silêncio é o que de melhor podemos
dar, em momentos como este, em
que o algoz, nos sujeita, ao mais interior
de nós mesmos, e que eu (estando do
lado de fora mas não ausente), apenas
devo escutar, até ao seu fim, tamanho
tormento, que te mortifica, deixando
que as lágrimas encontrem seu caminho.
E, só então, ainda pelo meio de soluços,
sabendo de cor tuas palavras, em
meu peito silentes e solenemente
guardadas, chego-te a mim, com toda
a tranquilidade e deito tua cabeça no
meu ombro, por de forma a sentires o
calor de meu corpo, e, haja então, uma
abertura maior, aos meus conselhos,
que, mais não são, do que aquilo, que
já está dentro de ti, e eu faço por reviver.
Tendo-nos um ao outro e por certo, que,
este é o melhor dos procedimentos, a
levar em conta, a conversa sai fluida, e,
a dor, vai desvanecendo (para ambos),
à medida, que desatamos os nós, do
intrincado novelo, que te enredou, em
sua teia tendenciosa, deixando-te sem
reacção e totalmente frágil, fazendo
até, que o teu belo sorriso, fosse assim
ofendido, ao tentar subjugar-te, em vão.
Olvidados, tendes todos vós, se pensais,
que o amor e a compreensão, nada vence!
se esse é o verbo, que traz amor ao mundo.
Jorge Humberto
11 /12/08