Conheço cada detalhe da tua alma, cada traço de teu corpo, cada curva, cada essência perfumada que me ofereces. Sou um pedaço de ti, como pele macia que te abraça, braço forte que te sustenta ou simples flor de jasmim que te perfuma num banho de espuma. Sou o céu azul em dia de Sol a Noite polvilhada de estrelas do teu firmamento, sou aquilo que quiseres que seja, sou apenas e só este momento, em que me entregas o teu corpo despido, ardente que recebo de braços abertos.
Amo-te na escuridão deste quarto, onde tu és a luz e eu a sombra que te segue, descubro cada instante do teu prazer, cada gemido da tua boca, cada gosto da tua língua numa dança perdida entre lençóis macios e ondas deste mar que nos agita, somos náufragos perdidos, neste oceano sem fim, onde o prazer nos consome os corpos e o amor nos funde as almas, loucura e êxtase, paixão e entrega num só momento, aqui, agora neste lugar sagrado que descobrimos só nosso.
Deixo-te o corpo exausto, de mim derramo as gotas salgadas de prazer que só tu me sabes oferecer. Repouso, colocado a ti, como se esta dança não houvesse terminado, e, ainda agora aqui estivéssemos chegado, com as chamas bem acesas nesta noite escura e fria de um Inverno antecipado. Ficamos abraçados, neste silêncio contido, onde apenas os murmúrios do que nos dizemos são audíveis, onde a música dança e as letras são manta que aconchega os corpos do frio.