( I )
De lá sou. Nasci
Lá rompi da raiz...
O bebé que fui, esqueci
Mas parece que fui feliz.
Lá lembro-me ter sido
Pela primeira vez.
Era já eu, atrevido
Mal partido, talvez !
Lembro-me duma criança,
Petiz ávido d’esperança,
Sonhava ser independente.
Tinha planos de futuro,
Por onde saltar o muro,
A solução, naturalmente !
( II )
Mas a criança envelheceu,
Fez-se luso adolescente.
Uma cidade aconteceu,
Levou com o homem, de frente...
E o jovem envelheceu...
Adulto se tornou.
Do mal do mundo adoeceu.
Nunca mais se curou !
As leis ambíguas da cidade,
Desmentiram-lhe a verdade
E perdido se encontrou.
E perdido e doente
Por fora e por dentro...
Na perdição se exilou.
Urbano da Vila