Em tuas heróicas bandeiras De colonizador do ano dois mil, Entristeço-me ao ver As nobres intenções que Trazem-te ao interior vadio!
Com tuas armas, Ergues-te ao panteão Dos grandes sem nome!
E como são magníficos Teus efeitos! Rejubila-te de alvejar, Com tua poderosa arma De obuses vários, Um encurralado e humilde animal!
Encontras, com certeza, A glória extrema, Ao degustares o corpo de algum ser, Invadido e explodido Até no tempo de morrer!
Mas, não te importunes, Com os mesquinhos Que não entendem a importância De teus feitos Mostra o que de grande Fizeste por nossa civilização! Mostra o ato de heroísmo Que vem por trás de um anzol! Que vem por trás. De uma arma apontada Para quem não sabe Que estas coisas existem! Mostra os campos vazios, Onde até o vento sente solidão! Mostra teus pássaros enjaulados, Faz ver a grandeza deste ato, Conta para todos Tuas alegrias de fim de semana! Dá graças a Deus pela grande caçada! Pelos muitos cadáveres acumulados! Recebe o beijo terno da esposa E o abraço carente dos filhos. Na poltrona suntuosa Recita teus feitos de grande caçador. Fica triste por ter matado Uma fêmea grávida! Fica triste pelos Muitos órfãos selvagens, Que deixaste em tua aventura de fim de semana.
Respira teu fumo torpe. Enche teu estômago cruel de qualquer coisa. Escova tuas presas civilizadas. Monta tua esposa no meio da noite. E dá graças a Deus por não teres nascido bicho!
Permita que retire o chapéu Que as palavras digam e as ideias avancem Assim talvez, duvido no entanto, as crianças de amanhã possam admirar o que nos encantou ontem. ...e que dizer da caça ao homem? Um abraço