Um dia um lindo amor, ora, o amor, alguns momentos de loucura que a longa carência facilmente faz explodir. Êxtases sensuais prolongados pela saudade amor proibido sempre tão explosivo. Mas passa o tempo, correm as águas do rio em novas formas, novas águas vertendo da fonte...
O rio é o mesmo, é verdade, mas por ele
cruzaram e cruzam muitas formas com as quais se tornou íntimo, que lhe deram novas ondulações, que estremeceram suas águas de uma forma até renovadora.
Assim aqueles que guardam na lembrança um chamado inesquecível amor na verdade estão fantasiando uma situação que foi prazerosa e esperam repetir os mesmos momentos. Enganam-se , pois essa rodada no jogo da vida já foi decidida há muito e agora as cartas são outras, os parceiros tem outra forma de ver o jogo e é bom lembrar que tudo que tenta se repetir corre o risco de se constituir numa farsa.
Não se esquecem os amores, entretanto não se vive de lembranças, e cada novo envolvimento será único, particular. Daí aquela velha frase de músicas de dor de corno não ter validade: procurarás a mim em outros braços e não encontrarás. Essa é a praga que tentam rogar os abandonados para o parceiro que foi ao mundo. Essa é a mostra de um egoísmo de apaixonado possessivo que deseja se perpetuar dentro do outro e julga no seu egocentrismo e soberba que ninguém mais no mundo será capaz de ser tão bom quanto ele ou ela o foi.