O relógio nunca pára
O tempo pára
Os passageiros são varridos
Pelo avião
Pelo homem-bomba
Pela tempestade de areia
Pelos mísseis do deserto.
A vida acaba
Para os que são consumidos pela inanição
Pelos espinhos do facheiro
Pelas balas perdidas
Cruzando o morro e o asfalto
Iluminam as noites do Rio
os dias de Bogotá
as semanas da Palestina
O ano de Bagdá
O Redentor assustado
Abre os braços
Numa evidente rendição.
JOEL DE SÁ
08/12/2008.